sábado, 11 de setembro de 2010

Poema com Rimas

Era uma manhã ensolarada, amarelada
Com um sol belo, amarelo
Atrás de um mar azul, nu e cru
Com águas brandas, como danças para as pequeninas crianças
Que brincavam, nadavam, pulavam
Nas ondas mansas, brancas
Quebradas, salgadas, enroladas
Chegando na areia desmanchava, voltava, regressava e ocultava
E o tempo passava, voava
As crianças enfraquecidas, desfalecidas
Corriam desanimadas, cansadas para suas casas
E a tarde caia, maravilhosa, graciosa, primorosa
O sol redondo, se pondo
Espetáculo perfeito, sem defeito
Chegando a noite escura, obscura
Com uma lua reluzente, resplandecente, brilhantemente refletida na água do mar
Tenebrosa, poderosa, vigorosa
E todos esperando, ansiando, aguardando
Uma nova manhã amarelada, ensolarada
Um manhã deliciosamente quente
Para começar tudo novamente.

(Carlos Magno)

Nada melhor pra combinar com essas fotos do que esse poema que fiz há algum tempo atrás. É feito com rimas. Parecido com um poema de Guilherme de Almeida, chamado "A rua das rimas". Abaixo vai a obra pela qual me inspirei.

A rua das rimas

A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino
é uma rua de poeta, reta, quieta, discreta,direita,
estreita, bem feita, perfeita,
com pregões matinais de jornais, aventais nos portais, animais e
varais nos quintais;

e acácias paralelas, todas elas belas, singelas, amarelas,
douradas, descabeladas, debruçadas como namoradas para as calçadas;
e um passo, de espaço a espaço, no mormaço de aço baço e lasso;
e algum piano provinciano, quotidiano, desumano,
mas brando e brando, soltando, de vez em quando,
na luz rara de opala de uma sala uma escala clara que embala;
e, no ar de uma tarde que arde, o alarde das crianças do arrabalde;
e de noite, no ócio capadócio,
junto aos lampiões espiões, os bordões dos violões;
e a serenata ao luar de prata (Mulata ingrata que mata...);
e depois o silêncio, o denso, o intenso, o imenso silêncio...

A rua que eu imagino, desde menino, para o meu destino pequenino
é uma rua qualquer onde desfolha um malmequer uma mulher
que bem me quer
é uma rua, como todas as ruas, com suas duas calças nuas,
correndo paralelamente, como a sorte diferente de toda gente,
para a frente,
para o infinito; mas uma rua que tem escrito um nome bonito,
bendito, que sempre repito
e que rima com mocidade, liberdade, tranquilidade:
Rua da Felicidade.

(Guilherme de Almeida)

Um comentário: